Jogos Vorazes é provavelmente a série juvenil mais inteligente de todos os tempos, e apesar de essa ser sua maior qualidade, é sua maior dificuldade. Isso porque talvez o público-alvo a quem os filmes se destinam não consigam mensurar a preciosidade da história.
No penúltimo filme da franquia, Katniss Everdeen finalmente começa a enfrentar o verdadeiro inimigo. Depois de dois filmes pensando na própria sobrevivêcia, na vida dos amigos e da família, Katniss agora vira o rosto de uma revolução ao assumir seu lugar de "Tordo". Com trama mais lenta, sem o clima da arena/ação blockbuster, o filme foca na política e nos dramas da protagonista.
Somos finalmente levados ao Distrito 13, onde um olhar mais apurado consegue perceber a analogia com as organizações socialistas e a manipulação da mídia (propagandas encenadas que remetem à Guerra Fria ou Segunda Guerra) tão bem pensada por Plutarch Heavensbee. Aliás, ele é um mocinho certo? Katniss está do lado dele... E ainda assim questionamos atitudes de alguns aliados dela. Será que atitudes como a manipulação da mídia que é considerada ruim, vale á pena quando se está "do lado" certo? Será que os fins justificam os meios? Katniss e Peeta são peões colocados em lados diferentes do tabuleiro. E cada um é manipulado de maneiras diferentes. Aliás, as minhas cenas favoritas foram as (poucas) com o Peeta, quando fica implícito o que ele está passando.
Encarei com bons olhos a divisão do livro em dois filmes, apesar de ter plena convicção que isso se deve ao fator monetário achei que teríamos a chance de ver na tela o aprodundamento dos personagens apresentados em Em Chamas, os tributos, Finnick, Johanna e Annie (para quem não lembra, namorada do Finnick) e principalmente de personagens importantes que acabaram ficando ofuscados nos filmes antecessores por causa dos jogos, Prim e Gale. Mas, não é o que acontece.
Vale ressaltar que o trabalho da direção de arte ao trocar toda a atmosfera do filme para essa nova condição de vida que todos enfretam foi sensacional, saem as maquiagens, as cores e a futilidade da Capital, e entra em cena os tons sóbrios, a tristeza e a escuridão do Distrito 13. Effie Trinket é a personificação dessa mudança e a Elizabeth Banks robou a cena logo nos primeiros segundos de aparição. Palmas também para Julianne Moore e sua, Alma Coin.
Para quem leu os livros, é um filme bom, com alguns erros, mas que diferente de outras franquias, acerta nos detalhes. Para quem está acompanhando a saga pelos filmes, pode ser visto com estranhamento. Em outras palavras, um ótimo filme que que poderá ser mal entendido pelo público geral.
1 comentários on "Eu vi: A Esperança - Parte 1"
Assim como a maioria dos filmes, que é baseado em algum livro, tem erros, alguns detalhes que eles acabam deixando passar. Mas esse livro e ótimo muito bom mesmo.
Eu escrevo em um blog, se puderem visitar, e deixar o comentário de vocês já estarão me ajudando muito. Aguardo o comentário de vocês
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