Você bate os olhos naquela pessoa e fica encantada(o). Os olhos, o cabelo, o sorriso, tudo parece colocado no lugar perfeito, não dá para encontrar um erro. Você não foi a única(o) a notar. Alguns olham descaradamente e outros desviam o olhar, mas todos notaram sua presença. E aí, por um acaso, vocês se conhecem. Um amigo em comum, um papo sobre o tempo e engrenou, uma conversa casual de fila de banco... E você percebe que ali em toda aquela perfeição, talvez falte algo, talvez falte conteúdo. E vamos combinar que conteúdo é essencial.
Você quer se aproximar, se identificar, mas a pessoa não conhece filmes, não conhece livros, só escuta as músicas mais badaladas e nunca ouviu falar das coisas que você tanto ama. O assunto não rende, não dá pra sair do superficial e você se dá conta de que a beleza é a primeira impressão, mas não é a que fica.
Agora, imaginem o inverso. Você conhece alguém que nem se deu ao trabalho de reparar, mas começam á conversar e de repente a pessoa salta aos seus olhos. Não porque concorda com todas as suas opiniões ou porque tem o mesmo gosto literário ou gosto musical, mas porque ela conhece as coisas, sabe questionar cada uma delas e emitir uma opinião. Você fica com vontade de conversar cada vez mais com ela e saber o que ela pensa de diversos outros assuntos que nem deu para falar na hora.
Qual das duas pessoas você iria querer ser amigo?
Eu não estou aqui para fazer um texto contra os bonitos. Não é um post contra pessoas bonitas. É à favor de pessoas mais informadas, estudiosas, interessantes e conquistadoras. Quero dizer que a beleza não deve definir quem somos e com quem nos relacionamos, que vale á pena perder uns minutos na frente do espelho, para ganhar alguns na frente de um livro.
