10/10/2014

Eu vi: O Doador de Memórias


Eu preciso começar essa crítica deixando bem claro que eu não li o livro, portanto, minha opinião será baseada somente no que vi nas telas. E levando em consideração que o público alvo do filme são os jovens, tenho que bater palmas pelo excelente trabalho artístico e visual que o diretor se arriscou em fazer. O ínicio é todo em preto e branco, lembrando os grandes clássicos, mas a escolha de usar este artifício se encaixa na história.
Jonas (Brenton Thwaites), vive num mundo totalitarista, onde cada pessoa tem que cumprir seu papel sem direito à escolha, para o "bem maior" da sociedade. Apesar disso, ninguém está insastisfeito. Pois, em seu mundo, não existe dores, sofrimento, ganância, inveja ou algum tipo de sentimento ruim. E a comunidade abdicou de recordações, costumes, cores e interferências ambientais, em busca de harmonia. O único que possuiu esse conhecimento é o Receptor e Jonas foi escolhido para ser seu sucessor. Pelos olhos de Jonas, acompanhamos o ínicio do filme em preto e branco, assim como todos os habitantes daquele local veêm o mundo, mas quando Jonas começa à receber as memórias, começa também à enxergar o mundo de uma nova maneira, com novas cores e o filme aos poucos vai se transformando.
O livro, escrito em 1993 por Lois Lowry, virou obrigatório nas escolas americanas por seguir uma narrativa mais filosófica, cujos conflitos não se dão por pura rebeldia, mas sim por uma maior compreensão social. Não existem jogos ou disputas. Por isso, todas as comparações que vi entre esse filme e outros sucessos como Jogos Vorazes e Divergente é injustificável. E justamente esse diferencial (o desenvolvimento mais filosófico) se perde nas tentativas dos realizadores em criar conflitos e cenas de ação para se enquadrar nos padrões estabelecidos pelos filmes já citados. Ele tentou pegar uma carona no sucesso deles, mas poderia ter ido muito mais além. O que era para se tornar um clássico, é apenas mais um filme distópico adolescente. O que também não significa que é um filme ruim, apenas é triste ver tanto potencial ser desperdiçado.
O filme tem nomes conhecidos no elenco, como Katie Holmes e Alexander Skarsgard. E uma breve participação da Taylor Swift, mas são as atuação de Meryl Streep e Jeff Bridges que chamam atenção. Enfim, não é um filme espetacular, mas que valeu muito à pena por despertar o interesse pelo livro e pelas ótimas cenas em preto e branco. 

Não reparei se o filme passa no Teste de Bechdel, mas no geral não há muitas mulheres conversando não.
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